Posted: 16 Jan 2016 03:17 PM PST
A Astrologia possui agora 13 signos? Seria
a constelação do Serpentário ou Ofiuco o 13º signo? Será??? Vamos
colocar um fim a celeuma que vem desde 2011 e foi criada dentro da Astronomia
por alguns astrônomos americanos que, ao que parece, não entendem muito de
Astrologia (bons tempos em um passado remoto que astrólogos e astrônomos
compartilhavam conhecimento, mas enfim...). Eis a matéria sobre o “novo signo”:
Essa historia da constelação do Serpentário como
“13º signo” é antiga, volta e meia algum astrônomo tenta reavivá-la.
A questão é que a Astrologia estuda 12 áreas fixas
do céu, cada uma com 30 graus, relativamente próximas as constelações que
nomeiam os signos nessas áreas e é isso que o pessoal que não estuda Astrologia
não entende, pois obviamente se fossemos depender de associar os arquétipos dos
signos apenas ao movimento referido pelos astrônomos (Sol pelas constelações),
teríamos que desconsiderar, por exemplo, o papel relevante que Plutão tem na
Astrologia e na Cabala (representado como Daat) por não ser mais considerado
pelos astrônomos como um planeta ou ainda desconsiderar o significado histórico
da estrela Regulus (alpha Draconis) que na época de Jesus estava no signo de
Leão (e por isso sempre foi associada aos reis, pois quando a Astrologia
começou a ser estudada essa estrela estava na constelação de Leão) sendo que
atualmente esta estrela encontra-se no signo de Virgem (apesar de permanecer na
constelação de Leão).
Quem já utilizou o programa Stelarium observou
que existe um módulo que mostra os símbolos de cada constelação ( por exemplo,
uma mulher segurando uma espiga de trigo para a constelação de Virgem, um
caranguejo para a constelação de Câncer e por aí em diante) na forma de um
globo imaginário que envolve toda a Terra, como se a Terra fosse o centro do
Sistema Solar. Esse globo imaginário é chamado de abóbada
celeste.
Temos 88 constelações, sendo que o Sol no seu movimento
aparente (como é visto por quem está na Terra observando o céu) de
365 dias em relação a Terra (a translação da Terra ao redor do Sol, mas
lembre-se a Astrologia estuda a posição dos astros em relação a Terra) cruza
significativamente por 12 dessas constelações, formando aquilo que se conhece
como círculo zodiacal, pois os planetas orbitam o Sol na faixa
da eclíptica (um plano onde praticamente todos os astros ficam
alinhados no horizonte com o Sol, com uma diferença de variação de 8 graus)
como é possível observar na imagem abaixo.
O que os astrólogos fizeram desde a Antiguidade
foi, primeiramente, nomear essas constelações as associando com homens, heróis,
mulheres e, sobretudo animais, associação que vale lembrar permanece até os
dias de hoje e continua sendo utilizada pelos astrônomos, lembrando em parte
uma época em que astrônomos e astrólogos eram praticamente uma única ciência.
Ao perceberem esse movimento aparente do Sol de
forma constante no céu (devido ao plano da eclíptica e ao movimento de
translação, alinhado ao globo de 360 graus com as constelações envolta da
Terra) perceberam exatamente que o Sol passava por 12 constelações e a partir
daí dividiram o céu em 12 áreas fixas, com 30 graus cada, formando os 360 graus
do círculo ou disco, o que dá origem ao estudo do mapa natal, pois a palavra
Zodíaco significa exatamente isso: círculo de animais. Um bom programa para se
ter uma ideia clara e tridimensional sobre a eclíptica é o Solar
System Scope:
E aqui começa o ponto que os astrônomos não
entendem: a Astrologia denominou essas 12 áreas fixas como signos, ou seja, os
signos não são as constelações, os signos são as representações, nas 12 áreas
fixas de 30º, dessas 12 constelações.
Sendo assim, temos 12 regiões fixas ou geométricas
na abóbada celeste, cada uma delas representada por um signo, sendo que os
arquétipos milenares da Astrologia estão baseados no movimento do Sol e dos
astros dentro dessas áreas fixas, nomeadas e inspiradas nos seus arquétipos
relativos às doze constelações.
Por essa razão que os astrônomos não entendem que
alguém seja do signo de Câncer por ter nascido em 25 de junho se o Sol estava
passando nessa época pela constelação de Gemini (Gêmeos), ou ainda porque
alguém nascido em 21 de setembro seja do signo de Virgem enquanto o Sol passava
pela constelação de Virgem, isso porque os signos (repetindo) dizem respeito a
12 áreas fixas de 30 graus no céu, o zodíaco (circulo zodiacal) e não
necessariamente a pessoa terá um signo igual a passagem do Sol pela constelação
que deu origem ao arquétipo daquele signo (embora isso possa acontecer,
sobretudo se a pessoa nascer sob o signo de Virgem).
Se a Astrologia estudasse os arquétipos e
significados da passagem do Sol e demais astros pelas constelações no plano da
eclíptica, aí sim teríamos que adotar a tabela fornecida pelos astrônomos:
Mas como a Astrologia estuda os arquétipos e
significados da passagem do Sol e demais astros pelas 12 áreas fixas do céu, a
tabela utilizada é essa aqui:
Por isso que alguém nascido entre 20-21 de junho
poderá ser do signo de Gêmeos ou Câncer, não porque o Sol esteja passando pela
constelação de Gêmeos ou de Câncer, mas porque é verificado se naquele dia, em
determinada hora e local o Sol estava dentro da zona de 30 graus no céu
(eclíptica) correspondente ao signo de Gêmeos ou dentro da zona correspondente
a Câncer.
Por esses motivos é que não existe signo do
Serpentário ou signo de Ofiuco. Para os astrônomos existem 13 constelações que
estão dentro do círculo zodiacal (a área da ecliptica pela qual o Sol percorre
a abóbada celeste ao longo de um ano), já para os astrólogos a constelação do
Serpentário está profundamente associada, dentro da mitologia, a Escorpião e
exatamente por essa razão não dividiram o céu em 13 áreas fixas, mas sim 12
áreas fixas, representando o signo de Escorpião com os arquétipos e mitos que
envolvem a constelação de Escorpião e do Serpentário.
Há também um outro motivo, curiosamente com base na
astronomia, para que os astrólogos utilizem a divisão em 12 signos e 12 áreas
fixas do céu desde tempos remotos na Antiguidade, mas isso é tema para o
próximo texto, que vai explicar a ligação da Astrologia com a Cabala e mostrar
como os cabalistas de um passado remoto já sabiam da existência de Plutão
séculos antes que ele fosse descoberto (ou redescoberto) pela Astronomia
moderna.
O que podemos então concluir sobre o assunto?
Primeiro:existe o movimento
solar (ao longo do plano da eclíptica) por 13 constelações (e não signos).
Segundo:com base nesse
movimento é que os astrólogos da Antiguidade (que eram também astrônomos)
criaram não apenas as 12 áreas fixas do céu associadas à 12 dessas constelações
como também criaram toda a mitologia e os arquétipos para representar cada uma
dessas constelações com a aparência de homens, heróis e animais.
Terceiro:Mesmo que esses
arquétipos não sejam estudados nos dias de hoje na Astronomia, a representação
mitológica das constelações permanece, ou seja, as estrelas que formam a
constelação de Leão continuam sendo representadas como um Leão.
Quarto: as constelações não
são signos, os signos são representações com base nas constelações e com base
no movimento do Sol por essas constelações, inclusive na criação dos
arquétipos. Isso inclusive está explicado ao final do livro “Armagedoom 2036” explicando
porque a constelação de Virgem recebeu essa simbologia (de uma mulher segurando
uma espiga de trigo).
Houve um tempo que astrólogos e astrônomos
estudavam juntos, tempo no qual os astrólogos sabiam da necessidade de conhecer
os conhecimentos astronômicos para que pudessem desenvolver os arquétipos de
Astrologia e os astrônomos sabiam da necessidade de conhecer os conhecimentos
astrológicos para que entendessem como a posição dos astros no céu poderia
identificar de forma tão exata características do comportamento humano.
Duas ciências que trabalhavam juntas e que muito
colaboraram com outra fonte de estudos iniciáticos, a Cabala. Todos esses
estudos, que veremos no próximo post, explicam porque a Astrologia decidiu
dividir o céu em 12 áreas fixas (os 12 signos) e porque cada esfera da
Arvore das Vidas da Cabala está intimamente ligada ao movimento dos astros no
céu, um tempo que Astronomia e Astrologia eram ciências irmãs...
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